Lá pras banda de onde eu moro Tem um sobrado na praça Onde mora uma paulista Bonita e cheia de graça A história assim começa Toda cheia de ameaça Minha vida correu perigo Enfrentei só de pirraça Tava quieto no meu canto Vivendo tão sossegado Quatro caboclo valente Que trouxeram este recado Você deixe de namoro Com a paulista do sobrado Se não você encomenda Sua alma pro diabo Na firmeza da corage Não fiquei acovardado Assim mandei a resposta Neste verso declarado Amanhã de madrugada Ao som do pinho chorado Eu faço uma serenata Na janela do sobrado A sorte buliu comigo Tentação ficou de lado Pois naquela madrugada Num cantar apaixonado Acordei a vizinhança E a família do sobrado Me deram café com bolo Biscoitinho bem torrado Tem certas coisas no mundo Escutem e guardem bem Ninguém foge do destino A sorte é de quem a tem E hoje naquela praça Tão feliz como ninguém Eu sou dono da paulista E do sobrado também