Ao gemer desta viola Recordando meu passado Minha vida foi penosa Meus trabáio foi dobrado Jogado por este mundo De mardade e ambição Que nem uma fôia seca Pelos matos do sertão Comecei a minha vida Trabaiando de peão Desde a idade de dezessete Eu nunca fui jogado no chão Nunca tive mão amiga Que me desse direção Com a força dos meus braços Sozinho e com devoção Tocando boiada braba Prendendo ruim e bão Cum meu suor fiz fortuna Devo à Deus sua bênção O meu nome é Virgulino Mas não sou o Lampião Sou nascido em Mato Grosso Meu Brasir e meu sertão Conheço a casco de burro Parmo a parmo pelo chão Minha vida foi penosa Sem ajuda e sem lição Eu ainda era menino Trabaiava de peão Dormindo nas capoeira Sob o luar e a solidão Fui crescendo e aprendendo Desse mundo o ruim e bão Trabaiando fiz fortuna Devo à Deus sua bênção Sozinho com os meus braço Sempre cativo à devoção Hoje sou um zebuzeiro Vivo longe da cidade Tenho girindo Brasir E zebu em quantidade Meu passado foi penoso Mas hoje eu sinto a felicidade