São gordos de fome, d’água bichada; de roça lunar São porcos urrando, cagantes melando em neve árida Malditas belezas talvez sobremesa de carcará Que depois de devorar os sonhos Tem o corpo a estropiar Derradeira falange segue nessa volante Atrás da xepa e do caviar Bebe o grito da filha, come a mesma agonia De quem não tem o que vomitar Malditas belezas teu rosário de vespas Já debandou teu patuá Para além da porteira caída dos sonhos Pra depois estropiar A nova casa é a esquina, toda sacola é latrina Qualquer migalha anima já põe o bucho pra trabalhar Mas nem de fé e dinheiro vive o povo catingueiro De autoflagelo, bulimia, perseverança. Teimosia Faz a carcaça balançar Malditas belezas Tem comida na mesa E água para bochechar Traz de volta na córnea, na íris os sonhos De alguém a estropiar Pra quem a sede e a fome É a mais pesada cruz Uns são filhos de Deus Outros são filhos do pus