A chuva bate em minha janela E me acorda dos sonhos tão distantes Viro pro lado pra tentar voltar Ao mesmo mundo estranho, como antes Já agora, desperto, eu sinto, incerto Um grande mar ao meu redor A onda puxa leve e devagar Meus pensamentos pra dentro de um quarto E sozinho me encontro encurralado Num canto escuro e frio Ao infinito, me afogo em passados Com os meus jogos de sombras, internos vazios A verdade se inflama por trás de montanhas E as nuvens me mostram pra onde seguir Meus castelos de pedra se tornam de areia E esfarelam-se ao toque do ar Os espíritos clamam a mim Sem pensar, respondo em silêncio de novo O vazio se recobre e responde ao passado Solidão, ao canto dos corvos