Aninhando a vida no seio do rancho O plantador dá descanso aos músculos; Na constância dos dias, esfolando as mãos, Pelo patrão se repete em crepúsculos. Virando noites, lavouras e campos, Com pirilampos clareando ventos, Do norte vindo, sonhos infindos, Jaziam regados de lua e relento. (estribilho) O trigo dança a música das safras À luz da retina de quem o plantou Que embalando quimeras de agrárias esperas Ficou nas restevas, nada lhe restou. Mais ainda riscamos a terra esperança, Velamos o tempo e vazamos suor, Vemos a vida ir e vir se esvaindo, Vestindo as mãos de calo e de dor. Não esmoreçamos por semear ideais Cada vez mais fortes, amadurecidos, Pois um dia faremos verter da verga A sorte e o amanhã para nossos filhos.