Oi diz lá o que é que ele tem na mão Se mulher papo amarelo Ou a sina de lampião Da minha roça nem sequer sobrou semente Foi-se embora toda gente Uns na terra outros a pé Dos que se foram Uns ganharam a cidade Outros estão na saudade Enraizada pelo chão Oi diz lá… Dos da cidade Poucos foram se salvando Muitos se desintegrando Em venérea e poluição Deram-se os salvos Uns pra escola, afortunados Outros tantos são soldados A serviço da nação Oi diz lá… Dos b-a-bados Uns chegaram à faculdade Outros à dificuldade Fez rendê-los ao patrão Quatro doutores Dois deles se aburguesaram Outros dois se retomaram Na vereda dos irmãos Oi diz lá… Dos retomados Um cantador se dizendo E o outro silenciando O seu sumiço pelo chão Do que sumiu Muitas histórias são contas Mas meu canto na viola Dá melhor explicação Oi diz lá… Digo em meu canto Que levou nova semente Deu raiz em muita gente Uns na terra outros a pé Voltou pra roça Paz de planta na bagagem E quando lembra da viagem Aperta o que tem na mão Oi diz lá…