Beira de um século a sua idade Cabeça branca corpo encurvado Carreiro velho sente saudade Da sua vida e do seu gado Já bem velhinho ele delira E volta a ser o que já foi Quem está perto se admira Pois ele grita o nome de seus bois E vai puxando chavante E vai puxando engomado Carrega diamante Vai rompendo pintado Vai pachó e manacá Navegante e caprichoso Vai rochedo e carinhoso Vai sereno e jatobá Carreiro velho o seu passado É sempre vivo em sua mente Suas histórias são um legado Enraizado em nossa gente Ao pé do fogo ele ajunta Ao seu redor a meninada E conta alegre a quem pergunta Os seus encontros com as pintadas Ele não cansa quem o escuta É pitoresco esse seu jeito A sua vida foi dura luta E hoje é joia dentro do peito Criou caminhos pelo sertão E passo a passo cruzou lonjuras Tem tanta história prende atenção Parecem lendas as suas aventuras