Estrada velha pelo tempo esburacada Velha herança retratada Da lida que longe vai Por tantas vezes eu passei tocando gado Em caminhos orvalhados Ao lado do velho pai Estrada velha ladeada de barrancos Hoje os meus cabelos brancos Só recordam com carinho Até parece que eu ouço a todo instante O repique de um berrante Vindo lá do zé chiquinho Ê, boi, ei, ah! Caminha lento passo a passo pela estrada Ê, boi, ei, ah! Quanta saudade do aboio da peonada Estrada velha, hoje eu tava me lembrando Do meu pai só trabalhando Pra poder me ajudar Querido velho, meu herói, meu estradeiro Vendia porco e carneiro Pra poder eu estudar Estrada velha, só me resta do passado O teu leito empoeirado Tão cansado de esperar Ouvir de novo o berrantear de um boiadeiro Pra chamar os companheiros Que não podem mais voltar Estrada velha, companheira do sertão Eu deixei meu caldeirão Pra ir embora pra cidade Mesmo com fome por aqui eu já passei Muita lama já enfrentei Mas é grande esta saudade Estrada velha, ainda sou o seu menino Que seguiu o seu destino Pra poder crescer na vida Da minha história, eu estava me lembrando Não contive e fui chorando Nos braços de mãe querida Estrada velha, o meu pai já foi embora Para onde qualquer hora Eu também tenho que ir Mas vou deixar por testamento um só pedido Como um derradeiro abrigo Tua terra a me cobrir Estrada velha, meu pedaço de lembrança Me perdoe a insegurança Desta lagrima que cai Não tenho muito pra deixar na despedida Mas te deixo a minha vida E a lembrança do meu pai Ê, boi, ei, ah! Caminha lento passo a passo pela estrada Ê, boi, ei, ah! Quanta saudade do aboio da peonada