Entro naquilo que fora se chama por dentro buscando o caminho que há-de ir dar ao centro deixando as saudades e o medo lá fora e agora? que vejo? que faço? que passo eu não vou dar em falso até ao que se chama chegada porque é tudo e quase nada Sinto que a cabeça é quase como um labirinto em que cada rua tem um nome indistinto em que cada escolha é feita sobre a hora e agora? que sigo? que temo? que rumo eu tacteio e presumo até ao que se chama chegada porque é tudo e quase nada E no centro do centro está o centro da vida como se fosse por isso que eu me morro e me perco e que só dou por isso quando renasço outra vez e à vez sei que hei-de ser vivo e à vez sei que hei-de ser vivo e à vez sei que hei-de ser vivo e à vez sei que hei-de ser vivo E furo sem saber por onde encontro o que procuro e a luz que era a luz é agora um rio escuro e dou-me à torrente e o corpo desarvora e agora? que agarro? que agito? que grito eu não vou dar aflito até ao que se chama chegada porque é tudo e quase nada E perto do centro de mim há um portão entreaberto e tenho p´la frente o monstro a descoberto a fera que eu guardo e guarda o que em mim mora e agora? que encaro? que enfrento? que alento me empurra p´ro centro até ao que se chama chegada porque é tudo e quase nada E no centro do centro......etc. (refrão) E travo a luta que travaria quem foi escravo e só pelo amor à liberdade é um bravo e lança o pavor à fera que o apavora e agora? que ataco? que ouso? que pouso eu persigo teimoso até ao que se chama chegada. Porque é tudo e quase nada E chego enfim para lá da paz e do sossego onde só tem nome a perda e o desapego que não há mais a perder e a atirar fora e agora? que aprendo? que encontro? em que ponto eu me vejo por dentro e que é o que se chama chegada por que é tudo e quase nada E no centro do centro está o centro da vida como se fosse por isso quando renasço outra vez e à vez sei que hei-de ser vivo e à vez sei que hei-de ser morto e à vez sei que hei-de ser vivo e à vez