Eu inundo os meus dias Com o descuido das promessas Prefiro o meu refugio Tento em vão pregar peças Armo as minhas ciladas São inúteis emboscadas Com as mãos despreparadas Tempo é máquina quebrada Decoro o meu silêncio Planejo o meu nascimento Convoco novas pessoas Com o grito que não ecoa Passo a tarde em esquecimento Na fúria do meu lamento Beijo o ar e toco o nada Brinco com a paz envenenada De repente novos enfeites Estátuas perfeitas, diversas De vários tamanhos e razões Surgem por todos os lados Coloco no melhor canto À vista a todo momento Me encanta que elas agem Fazem coisas que fizeram Quando não eram só pedra Mas ações e companhia E se diziam eternas Pro pior medo da minha vida Sorriem com velhos dentes Dizem frases estacionadas Nas férias do meu consciente Na incerteza de uma piada Sem aviso minhas estátuas Se quebram, se esfarelam Nas esperanças mais árduas Da minha lembrança mais bela Isso é tudo que me resta A construção da minha seta Defesa da escuridão Estátuas se formam na solidão