Escrevo pra passar o tempo O tempo leva meu lamento Aonde eu nunca imaginaria chegar Me afundo em um turbilhão de sentimentos E tento sentir o vento Aqui palavras só servem pra confortar Pessoas vão fazer pré-julgamentos Achando entender o momento Mas eles não se colocam em seu lugar Na verdade nem Deus tá me entendendo Ele só segue confiando Na esperança de a Glória eu alcançar Vida de Rua Vida Breve Me reconstruo Deixe que o vento me leve Andei descalço no asfalto sobre o sol quente Sem uma nota no bolso sem documento Barrado na entrada do prédio Minha sala era areia Meu quarto as ondas Flutuava pela vala Minha casa é o mundo agora Minha casa é o mundo lá fora Queimei, o meu par de asas Causas não alcançadas se tornam mágoas Anjo caí do céu Ou eu subi do inferno Anjo caí do céu Ou eu subi do inferno Quando eu subo descubro, o limiar de um vulto Entre as dores de Junho e o calor de Outubro Quanto sentimento cabe em páginas de um livro? Quanto depressivo escolheu o suicídio? Quanto eu preciso viver, pra saber que ainda tô vivo? Quanto eu preciso viver, pra saber que ainda tô vivo? Meu sol, minha cabeça, minhas regras, meu mundo Me fizeram ver que eu sou capaz E eu, tão só, indo tão fundo, me afundo em um segundo E, se eu me perder quem vem atrás? Chamado em um quarto que ecoa Não sei o que acontece Se frases saem da boca Ou com essa mente louca Eu me aprisiono a mim de forma Que a alma o corpo não merece Cresce, um dia perece; parece que nem viveu Que pena! São cenas fortes, faço a prece Vai que um dia me aparece um santo e diz Tu é um cara de sorte E eu sumo Frente à morte assumo, faria diferente Dou um passo à frente e em busca de um recomeço Hoje eu subo Quando eu subo descubro, o limiar de um vulto Entre as dores de Junho e o calor de Outubro Quanto sentimento cabe em páginas de um livro? Quanto depressivo escolheu o suicídio? Quanto eu preciso viver, pra saber que ainda tô vivo? Quanto eu preciso viver, pra saber que ainda tô vivo?