Olha seu moço Venho vindo lá do mato Não repare o meu sapato E nem os furos no blusão Levantei cedo, antes do cantar do galo E os bois puxando o carro Pingando suor no chão Trago comigo os pés rachados dessa estrada Calos do cabo da enxada Rosto marcado da lida Eu me apresento e esbanjo felicidade Pelos palcos da cidade Meu filho venceu na vida Cresci no campo Vendo a vida calejada Mas no cabo da enxada Meu velho me fez cantor Primeiro acorde e uns versos de improviso Na folga de algum serviço Junto ao ronco do trator Hoje eu canto Os meus sonhos de menino Duas almas e um destino Espalhando paz e amor A nossa história Retratada na poesia Te agradeço noite e dia A herança de cantador Meu pai querido Hoje eu canto a tua história Tá gravado na memória Os passos que me ensinou Teu neto hoje, ao recordar se encanta E esse timbre na garganta É o sonho que tu traçou Trago guardado O cabo daquela inchada E uma lágrima rimada Saudade que lá se vai Com muito orgulho Peço a Deus que te proteja E aonde quer que esteja Te amo muito meu pai Cresci no campo, vendo a vida calejada Mas no cabo da enxada Meu velho me fez cantor Primeiro acorde e uns versos de improviso Na folga de algum serviço Junto ao ronco do trator Hoje eu canto, os meus sonhos de menino Duas almas e um destino Espalhando paz e amor A nossa história Retratada na poesia Te agradeço noite e dia A herança de cantador Revirando na memória Momentos de nossa história Que até hoje me faz chorar Mas são lágrimas de alegria Por ter alguém que um dia Me deu a vida, e o dom de cantar