Quem não tem janela não vê O jardim brilhar ao passar A chuva que nem se apresentou Para alguns limpou, outros não Ela inundou o porão A mesma que fez brotar a flor Me diz o que é belo, então Quem não teve amor, não se vê Como alguém merecedor O que esperar de alguém Que tudo que conhece é dor? Olha lá, o louco passar De tanto ouvir, acreditou Por menos, foi você que surtou Quem não teve colo e calor Nas noites em que mais precisou Vivе com receios de si O dia é еstarrecedor A vida só passa ao redor O chão estremece aos pés Somos todos carne Não somos de ferro Psicose em massa a espalhar Apontar o dedo é também Uma Então o que fará de si Quando seu pior revelar? Precisar sempre apontar o dedo É manter-se preso/confinar-se É dente por dente Mas não olha no olho Porque vai doer se encarar E se o que define alguém É a sua própria moral