Dedico-me ao sangue Dedico-me a Bach Dedico-me aos ossos Dedico-me a gozar Aos gritos calados dos homens Que passam por mim sem me notar Dedico-me ao estranho Dedico-me a estar Dedico-me aos pobres Dedico-me a me ditar Aos estrondos possíveis de átomos Que nesse instante vão explodir Dedico-me a viajar em mim, eu posso. Dedico-me a música que me salva e a toda essa estranheza que é ser Dedico-me a inventar, ao corpo, casa e a chuva intensa que em mim água é.