Ser poeta é ser mais alto É ser maior dos que os homens Morder como quem beija Rei no reino de aquém E de além dor É ter de mil desejos o esplendor E não saber se quer que se deseja É ter cá dentro o astro que flameja É ter garras e asas de condor É ter fome É ter sede de infinito Por elmo As manhãs de ouro e de cetim É condensar o mundo num só grito E é amar-te assim perdidamente É seres alma e sangue E vida em mim E dizê-lo cantando a toda gente