Os frutos da minha vida Vem chegando um a um Cada rima cada nota Em cada canto em comum Vem chegando e vem de dentro Na correnteza do verso No inverso do segredo Do medo nasce o universo Se no ponteio seguro Seguro o braço da viola Seguro o meu semeio A ceia da nova era Dos poucos anos de espera A última primavera Os frutos da nova era Vem chegando um por um Cada bicho cada fera Tem a espera em comum Vem chegando e vem de fora Já bem em cima da hora No contratempo do verso No inverso do segredo Do medo nasce o universo Se no ponteio preciso Preciso colher os figos Na precisão do relógio Do coração dos amigos Seguro do meu semeio Do meio da correnteza Eu vou laçando sementes Para nascer nas batentes As flores da nova era Dos poucos anos de espera A última primavera O mar vai se rebelar E vai rolar sobre a serra Enquanto a boiada berra Enquanto o vaqueiro erra Tem sumidouro profundo E nossa cabeça encerra Aqui na pele do mundo Em pleno colo da terra