Nasci com a nobreza Na pobreza me criei Andei, andei (mais eu andei) E aqui cheguei Hoje mostro na avenida Quem foge, nesta vida, de aluguel Trago chave de cadeia E os prazeres de motel Quem casa, quer casa! Eu não tenho onde morar Vou viver como índio, Até melhorar (a natureza!) A natureza Mostrou ao homem como a vida é: Caranguejo em casa de peixe, Só tem a sua de acordo com a maré No reino da bicharada Salve-se quem puder: O forte ganha no grito, O fraco leva no bico O negócio é se arrumar E nessa vida, de toca em toca, O rato se maloca pra poder rato criar (ai! ai, meu deus!) Ai! ai, meu deus! Guarde uma casa para mim no céu (no céu!) Veja, nesta terra, tudo é forma de aluguel O meu salário é uma cascata Eu não vou poder pagar Vou arranjar um amor cigano, A gente faz casa de pano, Ainda pode aumentar (eh! mas eu nasci . . . )