A minha casa é humilde e sertaneja Fica lá no espigão como linda natureza É onde o vento sopra quase a noite inteira E eu fico contemplando a Lua e sua beleza A minha música é o silêncio da noite E nas madrugadas ouço gala a cantar Anunciado novo dia nova aurora Então pulo da cama meu café eu vou coar Enquanto isso lá no meu fogão de lenha Vou preparando um almoço reforçado Depois pronto e arrumado num embornal Lá vou com minha enxada a caminho do roçado A minha casa é humilde e sertaneja Feita de taipa e um alpendre de madeira Assim é na roça assim é no meu sertão Sertanejo de verdade nunca perde a tradição Fogão a lenha lá no canto da cozinha E um paneleiro feito em forma de Girau Ao pôr do Sol despalho milho no terreiro Para assar num fogareiro que improvisei no quintal Na madrugada o meu lampião a gás Clareia a casa esperando o Sol raiar Logo o Sol chega descortinando a aurora E avisando que é hora dessa lida continuar