Velha roseira, voltei pra fazer morada Nesta tapera que desprezei no sertão Já fui teu dono e te deixei abandonada Mas me fizeram semelhante ingratidão As tuas flores caem no chão despetaladas Forrando o solo igual colcha de cetim Também meu pranto cai na terra ressacada Porque a tristeza já tomou conta de mim Velha roseira, somos iguais Nosso destino é sofrer e nada mais Nesta tapera com você quero viver E ao teu lado eu aqui quero morrer Teus ramos verdes refletem minhas lembranças Tuas folhas secas relembram desilusões E os galhos morrem igual minhas esperanças Você floresce, eu canto minhas canções Só um contrário entre nós tenho notado Que os beija-flores ainda vêm te adorar Quanto a mim que amei sem ser amado Não mais espero que alguém venha me beijar Velha roseira, somos iguais Nosso destino é sofrer e nada mais Nesta tapera com você quero viver E ao teu lado eu aqui quero morrer