Sangue de Bode

Os Corpos Apodrecem na Máquina

Sangue de Bode


Faz tempo que não posso comer
Teu feitiço me fez derreter
Tomando sopa pelo nariz
Bem-vindo à minha família feliz
Rancor e ódio transam no fogo
Vê se aproveita e nasce de novo
Pois teu fracasso é a mãe dessa dor

Levarei séculos pra ver
Esse estômago entortar
Essa lástima fecundar
O zigoto da terra
Fale sobre o seu paladar
Onde o gosto de terra é normal
Só um capricho ou perdição?
Saiba que o carrasco se alimenta aqui

Foi uma faca antiga?
Foi viagem minha?
Encontrei as fotos
No andar de cima
Perfurei meus poros
Com uma faca antiga
Empilhei os corpos decompostos sob o sol