A noite escura cobre a vila com seu manto A saudade não perdoa quem ficou A velha ponte Madalena é testemunha Tanta água já rolou, nada mudou Pois no reino de uma aldeia encantada A plebe ainda esmola circo e diversão É que a corte que plantaram no palácio Não larga o tacho, a farinha e o pirão Ô, mano rasta, velho amigo Me sinto um louco jardineiro sem jardim Ô, mano rasta, meu velho amigo Numa foto te ouvi dizer pra mim Que os mandatos passarão eu passarinho De um jeito puro o Sol nasce e dá bom dia E passarada se anuncia em cantoria As crianças pelas portas das escolas Provam que o novo amanhece com o dia Os palhaços que alegram o reinado São julgados, desprezados sem pudor Mas nem sempre a mão que rega a rosa É a mão do jardineiro que a plantou Ô, mano rasta, velho amigo Robin Hood nunca pinta por aqui Ô, mano rasta, meu velho amigo Que as crianças cantem alto em seu jardim Porque os mandatos passarão, eu passarinho