Aquele peão estradeiro que hoje não é mais nada Cavalga passo a passo no acostamento da estrada Traz o cansaço no rosto da sua longa jornada Ele olha pro asfalto que já foi a velha estrada... Não vê mais os companheiros nem o velho berranteiro Nem mugido de boiada. Hoje o velho boiadeiro sem tralha e sem profissão Calado para pra ouvir o ronco do caminhão A buzina que expulsou o berrante do estradão A poeira avermelhada nunca mais subiu do chão... Fumaça de escapamento transformando em cinzento O céu azul do sertão. O seu maior desespero é um comboio na estrada Os caminhões boiadeiros transportando uma boiada Chorando baixa a cabeça como sinal de protesto Desabafa comentando me perdoem o manifesto... Em soluço foi falando a dor que está me matando Tem o nome de progresso.