Sandra de Sá

Um Tiro No Coração

Sandra de Sá


Como um livro quando faltam páginas
Some do epílogo a explicação
No altar vazio, em silêncio
Arde no suspiro dessa canção

Eu fecho os vidros pelo fim da tarde
E o Sol sumindo deixa a escuridão
Que cai tingindo em sangue a minha carne
Um tiro no coração

Despedaçou
No asfalto um arco-íris dos seus lábios sem cor
E o que restou, um armário sem vestidos
Como um vaso sem flor

O mar tranquilo agora se eleva
E os utensílios ficam sem função
Num lugar querido agora ouço as trevas
O motivo dessa canção
Só eu sei, eu sei

O sal em dunas que acumulam lágrimas
E o vale inunda a imensidão
Está fugindo a minha estrela Dalva
No céu, a escuridão

Você me deixou
Eu vi você sair sem dizer pra onde foi
E o que restou
Vai ficar comigo e a saudade depois

Mas vou deixar a minha porta aberta
Fechar os olhos para me lembrar
Que quando você entrou aqui
Falou que o amor só pode ir
Porque pode ficar

O mar tranquilo agora se eleva
E os utensílios ficam sem função
Num lugar querido agora duram as trevas
O motivo dessa canção
Só eu sei, eu sei

O sal em dunas que acumulam lágrimas
E o vale inunda a imensidão
Está fugindo a minha estrela Dalva
No céu, a escuridão

Você me deixou
Eu vi você sair sem dizer pra onde foi
E o que restou
Vai ficar comigo e a saudade depois

Mas vou deixar a minha porta aberta
Fechar os olhos para me lembrar
Que quando você entrou aqui
Falou que o amor só pode ir
Porque pode ficar