Um dia meu pai Em sua perfeição de criador Fez do pó a vida e da vida arte Sua semelhança Plantou um jardim Que moldou em mim O verde esperança Manhã que vem trazendo massapéis A doce poesia dos vergéis Um fogo queima feito Cardeá No horizonte o Tauá Dá o tom da nossa gente E Peço ao padroeiro nordestino, que se una ao divino Pelo povo Independente É a lida dos irmãos na caminhada É a fibra são as mãos, suor na enxada Ê cheiro de mato Ê nossa matriz Filhos do agreste erguem meu país Quimeras, sereias Maracajás sobre as águas desse chão Do barro brilhou, candeia Jogo do artista mitologia do sertão Nos lares, altares, as preces desse mundaréu Guiados pela estrela Parece até Padre Miguel No meu Brasil Certeira é flecha de caboclo E capitão só de reisado A realeza é mandacaru Salve os Brasis De Papaguns e Jaraguás Do mais humilde e de paz Do Alto de Caruaru É minha terra é, Vila Vintém raiz Sou mais um Severino, do mestre aprendiz Céu de inspiração, da minha identidade Solo sagrado da Mocidade