Percorro tantos caminhos Sem destino e sem saída Pelas ruas do meu peito Sempre sozinha me deito Sem saber se tenho vida Sinto as tuas mãos abertas Num adeus junto à vidraça Tudo é sombra, medo e nada Por dentro da madrugada Desta noite que não passa Nos meus olhos desmedidos Onde a luz não quer morar Moram vidas que passei Mais os sonhos que sonhei Onde não tive lugar Ó noite porque demoras Sobre a dor dos meus desejos Deixa a manhã finalmente Com mãos dum amor ausente Cobrir-me o corpo de beijos