Como um condão fatalista Naquele velho fadista A saudade continua Diz que no fado nasceu E que a escola onde aprendeu Foi na rua É boémio, é fado rasca Vai aos retiros e à tasca P’ra cumprir a sina sua Mas depois de vadiar Volta sempre ao seu lugar Que é na rua Um candeeiro apagado Uma guitarra, um trinado E o fado a noite acendeu Uma voz num tom magoado Canta a dizer que este fado Foi na rua que nasceu Fado, canção da cidade Meu rosário de saudade És verdade nua e crua Fado triste das vielas Que se canta nas janelas Para a rua Naquela mulher de esquina No pregão de uma varina Fado é voz que flutua Cantiga de ser bairrista E o fadista é mais fadista Se é da rua