Nem toda distância parece ausência Nem todo silêncio é esquecimento E nem todo beijo é uma querência Nem todo abraço é de fingimento Nem todo sorriso é de alegria E nem todo choro é de sofrimento Nem tudo que canto é de canto é de cantoria Se é de procissão ou de romaria E nem toda prosa contém poesia Nem tudo que sente é o que eu sentia Por isso exijo respeito por teu desmazelo, meus olhos vermelhos Te vejo no espelho a me censurar Por isso exijo respeito por tuas palavras jogadas ao vento Sem destino, sentimento ao se encaixar A secura desse teu roçado não pode reinar