Não sei se combata a preguiça Se a vontade de fazer: Enquanto um eu se espreguiça O outro eu tem cobiça Que me espreguice a doer. Não sei se combata a preguiça Se a vontade de fazer Pois quando o empenho me atiça Fica a vontade submissa Ao que a preguiça me der. Para os meus ossos de ofício Ai o ócio não traz cálcio. Se torno o trabalho em vício É um ópio e não traz ócio. Tanto santo Sacrifício Não sei se combata a preguiça Se a vontade de fazer: Enquanto um eu está na liça O outro eu só tem pressa De ter com que se entreter. Não sei se combata a preguiça Se a vontade de fazer. Faço por razão omissa A missão que mais interessa Que é tentar não me mexer. Para os meus ossos de ofício Ai o ócio não traz cálcio. Se torno o trabalho em vício É um ópio e não traz ócio. Tanto Santo Sacrifício Vai o suor vem o suplício Fogo fátuo de artifício Trago um canhão pró comício Acabou-se o armistício.