Quando neguinho soltou a cruz e a enxada Não queria quase nada Não queria mandar Quando neguinho da baixada viu Odara Menina mala que roubou o seu olhar Quando neguinho viu a luz da sala Apagada por não poder pagar Não queria pagar o pato Comer no prato Se alimentar A flor da planta que beija Não bota comer na sala Não bota comer na mesa Não adianta pedir pra eu me acostumar Quando neguinho ficou só na estrada de cabeça baixa E uma lágrima caiu do seu olhar A vida que era dada ele sonhou de madrugada Um dia poder comprar