O pirarucu salgado, ô morena Esse peixe lambreado na telha pequena Na cumbuca tem farinha Uma banda de limão E um bocado de pimenta Um dia foi castigado na floresta Índio de mente perversa Que envergonhava o seu pai Não herdou os seus ensinamentos Era um filho orgulhoso Petulante e vaidoso na tribo dos uaiás Defeito de tantos mortais Relampejou! É trovoada! O Deus tupã se levantou E a sina cai no peito do homem Em peixe o transformou Pirá é um pescado imponente Urucum é a sua rubra cor No ermo verdejante dessa terra Gigante peixe de raro valor Eu vou para o seio da floresta Onde a seiva manifesta e emoldura o meu rincão Eu quero ver o teu balé no rio-mar Seu moço, não arranque do meu povo O motivo pra versar Meu curumim tem o direito de provar