Agô meu pai Ogum Abençoai teus filho de fé Na gira da ginga do samba, axé! Axé! Axé! Festa de passagem fuzuê na aldeia Do ventre da mãe África nasci guerreira Dança n’golo ao toque dos ylus No coração de angola Okô é força divinal que nos conduz No cais do Valongo corria gira O sangue negro de vermelho o porto tingia É dandalunda é rabo de arraia É banzo no vento É lamento de senzala Dei rasteira no tempo Gingando pra lá e para cá Dando um golpe certeiro fiz o mundo girar Mesmo proibida, jonguei, e toda roda sambou No silêncio da noite enganando o opressor Paranauê, paranauê, Paraná Berimbau é sagrado na procissão e no congado Sou eu! Sou eu! Sou eu! Sou eu! Maculelê sou eu! Vila vintém raiz quilombola Batuque guerreiro gunga, médio e viola Na magia dos mestres imortais Sou patrimônio da humanidade Meu nome é capoeira Sou afro brasileira Eu sou a ginga Nação unida de Padre Miguel Abra a roda Firma a roda na palma da mão Risca o chão do terreiro Meia Lua alumia Vamos plantar bananeira E colher poesia