Quando o mar beijou a areia Onde a vida anseia Foi Kirimurê se entregando as asas Do pássaro encantado Predestinado a ser recôncavo e altar De sangue preto, coração tupinambá Do ventre da mãe terra então Nascia Baía! Bahia! Banhei o cais de vera cruz da escravidão Colonizado o meu chão avermelhou Vi o levante quando a miscigenação se libertou Tocam atabaques, axé de ilê Kaô xangô kabecile Valei-me meu Santo Antônio da igreja aos candomblés Ijexá candência das marés Mareia ê camará! Trago Gamela, tabuleiro, alguidar Eu guardo ouro negro em minha posse Feito pele de Maria e Camafeu de Oxossi Sou das ilhas e das fontes, sou candeia do farol A fartura em cada rede Quando o azul encontra o Sol Oraieiê Oxum Doçura a desaguar Faz de mim sua morada O reino de Iemanjá Canto de yabá tem magia Água de benzer baía A correnteza me traz seus Encantos O Axé da Tijuca é de todos os santos