Vou te coroar Na academia desfilar, mãezinha Vovó me dá cafuné Derrama todo o axé E faz de cada mulher rainha Mãe que deu luz a criação Ventre da humanidade És a negra majestade Semeada nesse chão Que o açoite não calou Traz na pele o tom da noite Que orgulho dessa cor! Senhora da paz, heroína A tua vitória, presença divina Conduz a história e tudo o que será Miragem no olhar, imagem no altar É de angola é ginga que chegou Roda na gira, firma no tambor Quilombola vem mantendo acesa a chama Iluminar gente de gana No tabuleiro tem um sonho de libertação Banho de cheiro traz a cura, purificação A fé na barra da saia Mandingueira em seus rituais Na guia que carrega no pescoço O passado glorioso Um presente de ancestrais Lá vem salgueiro Na voz do morro, a tolerância Se a igualdade ainda é uma criança Da sua luta ela nasceu Pra escrever um novo mundo de esperança Herança para os filhos teus