O Sol queimou no solo do sertão Laranjou a poeira que subiu do chão Eita rebuliço, a matança arrebentou Virgulino, o tenebroso, em decesso terminou Nem Pé de Peba, Canário e Zé Baiano Nem mesmo todo seu bando foi capaz de evitar Era chegada a hora desse fulano Que aterrorizou tanto, fez tremer esse lugar Ô de casa, chegou teu capitão Se avexe capiroto e me apresenta o casarão Ô sem leito, não vai ter jeito não Já que fez muito ‘benfeito’ pra morar na escuridão Então deu mandú, o inferno ruiu O sujeito matou a luxúria, avareza A propina sumiu Satanás, invocado, convocou Lubisôme Junto veio Aucapone pro danado assustar Após o alvoroço, partiu aperreado Num galope apressado pro Santíssimo, encontrar No céu, na fé de ser recebido Luzia aceitou o bandido São Pedro não guaridou Maldito, vá se encostar noutro canto Isso aqui é uma casa de Santo Jagunço não pode entrar Rogou no colo de Padim Ciço, jurou Nunca mais faço isso! Mas Deus fez o bicho voltar E hoje vive na sorte de gente No som eterno de Gonzagão Na poesia que enfeita o repente No brilho da estrela de Salomão E quando ouvir a sanfona ecoando A melodia que te faz chorar É a essência que vem do Nordeste E habita os versos do meu cantar Cuidado, minha gente, que um cabra vai chegar Disfarçado de viola, no xaxado vai gingar Cangaceiro perigoso, seu facão fura feliz Se arrede do tinhoso, Lampião na Imperatriz