[Verso 1] No Sábado vi uma caixa no chão, e sem problemas agarrei-a logo então/ estava a brilhar chamou logo à atenção, parecia daquelas que são 1 num milhão/ Era rectangular e pequena, leve como uma pena, mas o aspecto é que era a sua cena/ Meti-a no bolso pa não a perder, pois tal coisa eu não queria que fosse acontecer/ levei-a para casa e examinei-a, qualquer caixa ao pé daquela era feia/ parecia estar cheia e eu todo guloso, fiquei curioso de saber se tinha algo valioso/ dentro dela porque ela era tão bela, era daquelas que um gajo toca e congela/ recebi um choque quando vi o cadeado, fechado, trancado, sem puder ser aberto, a chave nem estava por perto/ e eu senti-me num deserto, e não me armei em esperto/ porque sabia que tinha uma grande viagem, e corria o risco de cair numa miragem/ Fui com cuidado, vi o canhão do cadeado, e nunca tinha visto nada disto em nenhum lado/ era um h, o seu formato, e a minha cabeça pensou aqui há gato/ só podia achar a chave onde ela se perdeu, então bazei de casa à procura e lá fui eu/ [Verso 2] Cheguei ao local onde a tinha descoberto, e a chave continuava a não estar por perto/ procurei, procurei e procurei, e não achei aquilo que me faria sentir um rei/ tentei partir a caixa, não funcionou, tentei queimar a caixa, também não queimou/ Então enervei-me e livrei-me daquela maldição, daquela caixa que não tinha solução/ 1ª opção, mandá-la ao mar, porque sei que nunca mais a vou encontrar/ então assim o fiz, como quis, fiz logo à minha maneira, pus os pontos nos i's/ senti-me logo bem, como ninguém, agora sem esta caixa nada me detém/ vou a correr a celebrar o meu estado, porque já estava farto da história do cadeado/ ia a pensar em tudo, no bom e no mau, quando eu não vejo népia e tropeço num degrau/ [Verse 3] Recupero os sentidos, ainda fodidos, dói-me a cabeça mas não estão perdidos/ a dor continua, não pára e dura, e eu não me quero levantar já/ viro a cabeça, olho para o lado, vejo uma chave na forma de um h/