In credo in cruz, ê ê, Vige Maria, As preta véia se benze, me arrepia Ô, ô, ô Xangô, As preta véia não mente, não sinhô. Não cantaram em vão O poeta e o sabiá Na fonte do Ribeirão. Lenda e assombração Contam que o rei criança Viu o reino de França no Maranhão. Das matas fez o salão dos espelhos Em candelabros palmeirais, Da gente índia a corte real, De ouro e prata um mundo irreal. Na imaginação do rei mimado A rainha era deusa No reino encantado. Na praia dos Lençóis, Areia assombração, O touro negro coroado É Dom Sebastião. É meia-noite, Nhá Jança vem, Desce do além na carruagem Do fogo vivo, luz da nobreza, Saem azulejos, sua riqueza, E a escrava que maravilha É a serpente de prata Que rodeia a ilha.