É que você tem o oceano nos olhos E, na pele, perfume de alto-mar. Tem nas mãos areia branca de praias esquecidas, Onde as ondas repousam o rosto em tuas unhas de rocha, Em teus dedos de espuma. É que eu amo o amor dos marinheiros. De adeuses, de despedidas, de cais e porto. Mas é que ficaram os dedos no rosto, As mãos dadas, as frases erradas, os olhos fixos. É que ficaram as palavras sem som, As carícias sem retorno, as bocas distantes. É que ficaram os versos repetidos, O sorriso da presença e a tristeza da partida. Quero a melancolia da minha cidade natal. A dor cinza tão minha que esfria minha nau. Meus braços magros que sem lutar se rendem. Os portos que doem, os rostos que prendem. É que veio aquele nó no peito, de repente...