Não haverá culpa maior do que guardar Os silêncios soterrados pelo som e dor das caravelas Lhe retiram o chão, lhe retiram a terra Prometem cidades e espalham rios de solidão Nem a chuva das sarjetas correndo limpam nossas caras Te prometem amor e enchem a sua cabeça de cachaça Te contam histórias de amor com premissas de namoro Me prometerem que esse manancial já tinha sido tesouro E na contramão das estradas esburacadas Afundam nossas esperanças Sobre a sombra daquilo que nos fazem querer E prometem e nos dar comida E entopem nossos sonhos Nossas carteiras de sonhos inalcançáveis Inalcançáveis Não haverá culpa maior do que guardar Os silêncios Soterrados pelas caravelas