Seca, saí pela rua Aproveitar os poucos segundos que me deram Neste mês saí pouco mais Do que as curvas do medo e da culpa me permitiram Seca, voltei Voltei para casa desmiolada Como catraia de altíssimo calão Vestindo apenas a presença da falta Por que quando saí de casa Eu ainda carregava os escombros do mundo que deixei Em março Antes suspenso agora sepultado Pobre mundo, pobre mundo Quando mais o povo se cala mais O povo sofre e implode violentamente Para dentro de si e fica vagando no próprio eco Perdidos nas montanhas de silêncio Desenterram ossos ancestrais para montar seus amuletos No jogo de osso, bebem a cana de espera Não me assustei, não me assustei Vai melhorar Dinheiro não entra Muitas vezes só sai Agora vai melhorar