1972 Violeiro que se preza afina sua viola Bebe água na cacimba, canta moda toda hora Galo que não canta cedo não faz sua oração Chora, chora na viola, violeiro do sertão As mulheres trazem manto, os cachorros vão à caça Violeiro quando canta é mais um dia de graça O padre vestindo santo, é enterro, procissão Chora, chora na viola, violeiro do sertão O badalo dá no sino; o passado, na lembrança Eu fui um dia menino, mas agora sou criança Mulequeiro, sol a pino, invernada, o riachão Chora, chora na viola, violeiro do sertão Pão moído é farinha, sebo de boi é gordura Coisa alheia não é minha, quem é vivo não tem cura Por que rezas, ó madrinha, paraíso é teu perdão Chora, chora na viola, violeiro do sertão A farinha brasileira primeiro já foi mandioca O ovo na frigideira não é o que a galinha choca O milho da ribanceira é pamonha, bolo e pão Chora, chora na viola, violeiro do sertão O meu pai é Bob Dylan, minha mãe Maria Inês Sem falar no Curupira, que já aprendeu Inglês Meu chapéu é páia mesmo, minha frô, manjericão Chora, chora na viola, violeiro do sertão As mentiras são verdade, ao cantando eu vos digo Brasileiro é compadre, caipira é amigo No mais, tudo saudades, são saudades do matão Sorridente na viola, violeiro do sertão. Letra aperfeiçoada e enviada por RUY MAURITY a: LAURO SOARES DE ALVARENGA São José dos Campos - SP "Na Ciência, Fé Eterna".