1977 Eu te lembro, Mocinha, sob a luz da quitanda, E lá fora o luar Teu vestido cheirava loção e relíquias Da idade da pedra, da carne e do sal Eu te lembro, menina, teu retrato amarelo, Quão belo, só belo, à luz do luar Teu retrato amarelo, quão belo, Só belo, à luz do luar. Eu te lembro, pitanga, os tecidos, os legumes, Bibelôs de papel Teus cabelos de lãs eu abraço, agasalho, Teu alho, cebola, teus doces de mel Eu te lembro pensando que o rapaz do balcão Fosse o moço encantado do carramanchão Que o rapaz do balcão fosse o moço encantado Do carramanchão.