Todas as noites em seu quarto você chora Vendo no espelho o seu rosto envelhecido Toda a beleza do seu corpo foi embora Deixando mágoas do passado inesquecido E os seus lábios hoje em dia descorados E outras bocas jamais voltarão beijar Tem a volúpia dos amores já passados E que o tempo fez aos poucos maltratar No tempo da sua ilusão Também houve um coração Que você, mulher, amou Fui eu que muito chorei na vida Pois você era fingida E sempre, sempre me enganou Na meia luz dos cabarés era a princesa E os boêmios na orgia lhe abraçava Levando seu calor de mesa em mesa Mas no canto onde eu bebia você não chegava Hoje pra mim a vida é um gozo Eu sou feliz porque tenho quem me quer Eu tenho pena, pois o mundo caprichoso Fez de você este farrapo de mulher No tempo da sua ilusão Também houve um coração Que você, mulher, amou Fui eu que muito chorei na vida Pois você era fingida E sempre, sempre me enganou