Nas serpenteadas trilhas Entre mistérios e lendas Tantas dádivas, cantigas Multicores oferendas Nas carrancas e nas proas O sabor de araticuns Vai adoçando as esfinges Com semblantes incomuns E quantas margens, vivas imagens Vão desenhadas nesta prosa dos tempos E eu transcendendo, vou refletindo Por este rio e nestas rotas dos ventos E nestas águas e neste olhar Sou ribeirinho e uma canção edifico Assim sou remo e sou remanso Sou Opará, sou rio-mar, Velho Chico! Opará... Rio-mar... São Francisco Inspiração, seiva e essência, prenúncio e canção Opará... Rio-mar... São Francisco Reminiscências, cena e cenários de resistência Intermezzo (declamado) [Nas tuas águas, Velho Chico, e nas tuas margens somos barqueiros desguardados De Sol e beiradeiros aguardando bonanças... E entoamos cantos em teus recantos, transcendendo desafios em renovado diálogo com olhar molhado nestas águas Beiras e barrancas... Entre as venetas do real e as veredas das quimeras...] E nestas águas e neste olhar Sou ribeirinho e uma canção edifico Assim sou remo e sou remanso Sou Opará, sou rio-mar, Velho Chico! Opará... Rio-mar... São Francisco Inspiração, seiva e essência, prenúncio e canção Opará... Rio-mar... São Francisco Reminiscências, cena e cenários de resistência Opará... Rio-mar... São Francisco Opará... Rio-mar... Velho Chico Opará... Rio-mar... São Francisco Opará... Rio-mar... Velho Chico! Opará... Rio-mar... São Francisco!