Eu sigo firme na caminhada, na rima pensada Na improvisada, os irmãos que partiram, a saudade me mata Nos becos que quase mas não deram em nada Porque fui ligeiro soube me sair, entre drogas e armas virei MC A luta é diária pra desconstruir Meu ego armado pensando em subir Dinheiro me falta mas eu tiro é onda Não sou parasita, pago minha maconha Se é certo ou errado deixa eu decidir Pois quando eu cair ninguém tava aqui Ninguém viu meu choro e nem minha luta O peso da cinta, o ferro na nuca Os zomi perguntando cadê a droga Eu tava com os amigos batendo uma bola E que a revolta não é só pela pobreza Trampando, lutando, luxo pra nobreza Enquanto eu decido currículo ou pão Na entrevista faminto ouvindo um não As catracas da vida eu fui de pulão Eu não faço rap só pelo cifrão Quero minha casa, paz pros irmãos Direitos prescritos na constituição Mas eu sei que um dia esse jogo vira Eu sei que vou alcançar minha meta de vida E vou olhar pra trás lembrar da caminhada Virar super herói dos pivete da quebrada O mundo é insano e nós mais ainda Não brinque com fogo e nem com as mina Se não tu se fode, meu bonde te pega Bota pra voar não existe tal trégua Nessa guerra que tá insana Clamando por sangue a trama Eu quero os braços da dama Será que me ama ou me engana? Saudades do tempo que tudo era prosa Toda mulecada voltava da escola Reunia na rua era mais de quarenta Hoje a maioria meu bairro lamenta Os danos aqui são maiores As fitas aqui são cobradas Os erros não passam em branco Bem vindos a minha quebrada Serrinha Serra pequena Serra pequena Infelizmente muitas mães lamentam Mas pelo corre tem quem faz valer a pena Extrema pobreza nunca foi problema Pois na minha vida eu sigo o dilema Certo pelo certo, errado não vinga Se falhar no lema a vida não vive Cada verso cantado, são mais passos dados Rumo ao sucesso, não aceito fracasso Se você me entende, um rumo traçado Nas rimas minha vida, um vencedor nato Lágrimas derramadas no meu travesseiro Na noite passada de um dia ligeiro Sempre correria, não falta vivência Quer rap mensagem, toma essa sequência Vivo na frequência, frenética, intensa Em meio às dores sorrisos se emendam Tanta transparência, numa letra imprensa Me faltam palavras, sentimentos me aguentam E me fazem de refém Dessa loucura que é viver Posso estar vivo hoje mas amanhã posso morrer Sorrir pra não chorar, corre pra não parar Erra pra aprender, é os quebradas vão dizer Serra pequena Serra pequena Serra pequena Serra pequena