Se eu parar pra ver (parar pra ver) O tempo passou, passou Mas ainda há tempo pra ser o que eu quiser O que eu fizer valer Janeiro, nove cinco, uma negra e uma criança nos braços Meu nascimento fechava um ciclo de conflitos Fariseus dirão que foi imprudente, contrariando os crentes Ela me botou fé que estava escrito! Minha maior honra sempre foi ser o teu filho Perdoa por dias que estive fora dos trilhos E se hoje meu canto ilumina multidões É porque suas orações são alicerces pro meu brilho! Na rua aprendi a lidar com o descaso Andando sujo, tentando salvar o mundo a prazo Sem talento pro crime onde não pode haver atraso Um vacilo e eu pego perpétua do outro lado Então se é glória que tu vê contemple Viva como um Lord, morra como indigente Todos vão respeitar o atirador Mas o mano na frente da arma é o homem que viverá para sempre Se eu parar pra ver (parar pra ver) O tempo passou, passou Mas ainda há tempo pra ser o que eu quiser O que eu fizer valer Se eu parar pra ver (parar pra ver) O tempo passou, passou Mas ainda há tempo pra ser o que eu quiser O que eu fizer valer Com doze ouvi meu pai dizer to indo embora Com quinze eu vi que honestidade não traz vitória Com dezesseis larguei a infância pra trampar em empresa E com Dezessete eu vi que a minha vida estava presa Tive que enterrar meu irmão com dezoito Logo prometi não chorar mais pertos dos outros Com dezenove eu perdi outro irmão Com vinte eu finalmente percebi: Eu já tinha morrido a oito! Hoje me sinto Lázaro! Aproveita que cê acordou e leva o sonho pro trabalho Vão dizer que eu estou seguindo as batidas Mas reclamar da vida nunca aumentou o meu salário Amadores e novatos botando as pratas nos planos Mano, eu coloco os planos no prato! Vim colocar minha cidade no topo desse jogo Já que o que eles querem eu quero, e o que eles têm pra mim é pouco!