Desde que passei dos quinze Tenho tido problemas pra lidar com quem nunca sentiu amor mais finge Egos são imensos, mentes são pequenas, e Pra quem teme a morte a liberdade ainda não compensa Me indiquem alguma crença que enxergue valor na vida Quando andamos como suicidas Vim provar pra perifa que ser negro e vencer não é pecado Mas será impossível enquanto fomos os mentes vazias Não se ensina liberdade em escola pública Nossas orações a muito já não são súplicas Caminhamos pro fim em fila única Me de uma razão pra eu não fazer bem mais que música Um lúdico, lírico, cabelo crespo, longe das celas Pra quem desacredita tem poesia na favela Só que eu mantive meu ideal, falo de luta Porque esse sentimento eu sei que é real Só estou tentando por as coisas no lugar Eu sei qual é o preço pra estar aqui Longe da luz as dores passam devagar (e) No fundo eu só busco uma forma pra seguir A minha rua me deu sangue e tinta, sangue e tinta Sangue e tinta A minha rua me deu sangue e tinta É engraçado ver que as crianças daqui não têm medo das Balas Do contrário sonham com as quadrada cromada e os Pah! Pah! Pah! Que embalam a quebrada Dou pala ao ver que uma pá viu tão pouco pro tanto de bosta que fala! Quem vem daqui tem tanta história pra contar que entala Mas se passar da garganta vai tipo os mantra que estrala Onde é fácil rir da alheia falha, saiba que “Cada dia a mais nessa vida é uma chance a mais de arruína-la” O demônio deixou de ser um inimigo E isso fez eu achar que a escuridão fosse um abrigo Quando meu irmão foi preso, orei por sua saída Tão sentimental quanto um filho de Jeremias Vi que MC's usam Tinta pra pintar corações Eu usei Sangue pra pichar o Muro das Lamentações Vim tocar almas, tipo o Graffiti Irmão cada tag da minha voz traz consigo uma história triste e eu Só estou tentando por as coisas no lugar Eu sei qual é o preço pra estar aqui Longe da luz as dores passam devagar (e) No fundo eu só busco uma forma pras seguir A minha rua me deu sangue e tinta, sangue e tinta Sangue e tinta A minha rua me deu sangue e tinta Isso é necessariamente o que eu tenho pra te oferecer Não necessariamente entender Pra ser feliz não tem controvérsias E tristeza ainda faz miséria e vice-versa É hora de olharmos ao redor Se o passado virou pó Não é um som por anistia, é que Em nome da rosa morreremos com os espinhos mas seremos poesia!