Life na tuga, acredita é mais fodida do que pensas Contrastes óbvios, preconceitos e diferenças Então para quê tantos sonhos? E tantos sacrificios? Com o tempo são esquecidos e transformados em vicios Sujos e desagradáveis de quem sonhava acordado Escolaridade é minima obrigatoria desempregado Dá-me tempo para pensar e deixar de acreditar Djô os esquemas e sistemas de sonhar faz-nos acordar Para vermos o tempo a passar, à espera que algo aconteça A contar os anos, sem ter cartas para pôr na mesa Sem ter mais que uma chance, ou mesmo mais que uma certeza Chama que me acende o night é a única que mantenho acesa Inalo fumo, penso qual é o caminho da mudança Está tão longe, que gente como eu não alcança Onde é que pára a esperança? Simplesmente não existe Se o que vês é o que levas, então não te iludas com o que viste Porque a vida é triste 365 dias por ano Boy não percebes, não existe um plano Que melhore a situação, ou que nos dê outra opção Foste marcado à nascença para bulir em prol do pão Para beber vinho da torneira das águas municipais Passar o resto da vida, em casa dos teus pais À pala do orçamento, ou de condições estatais Sujeito a ficar rico com 20 contos mensais E é esta a vida que a pátria nos proporciona Desigualdade de oportunidade e restringidos a uma zona Chamada rua, chamada droga, ou mesmo crime Para a life não ser sublime, mas um gajo mantém-se firme E contradiz todo aquele que nos empurra Ou o ódio que estimula a fraquejar, entrar num carro de patrulha Porque é nula a chance, como a promessa de futuro Então que se foda, sonhos são dissipados em fumo (refrão) Sonhos dispersos como fumo Quando saem de dentro quentes como o ódio Despreso ou esquecimento, que dentro de nós se acumula Só como fumo se liberta, pelas promessas de futuro esquecidas em parte incerta Sonhos, futuros promissores Crianças educadas a pensar que vão ser doutores Professores ou jogadores da bola Único jogo é mesmo este, é que acabas a queimar sonhos e nem sequer te apercebeste Vou ser isto, vou ser aquilo, vou ser o caralho dum operário Não especializado por que o estado não deixou voar mais alto Falar mais alto, pedir mais alto Ou mesmo procurar respeito e dignidade sem ser de assalto É esta a chance, ou vendes a alma, ou tentas comprar o sistema Não há segunda escolha, ou outra resposta ao problema É passar fome, vender o cu ou deellar wella Sujeitos a conhecer uma cela Aos mil e um tipos de merdas diferentes Mas consequentes, da forma como os nossos sonhos são queimados em fumos quentes Em altas temperaturas de desilusão, Rasteirados pela life, enganados pela nação Iludidos pela TV, confundidos com a novela Mas o final é trágico porque a vida só é bela Para "a bela adormecida" e companhia limitada Porque neste país das maravilhas a Alice é puta e drogada E o que é que dizes disto? Quem é que quer fumar disto? São sonhos misturados com realidade do mais visto Do mais sentido, do mais vivido É abrir a pestana e perceber que não sonhei com isto Porque a vida custa, pa toda a merda custa Eu não tenho paca nem fusca, como é que pago duma forma justa Como é que posso ter uma vida aparentemente normal Como é que eu posso dar para survive sem dar um bisco ao outro que olhou mal Não posso, e é nisso que mais sufoco Ver tudo o que sonho ser dos outros e dos outros nada ser nosso Vive acordado alerta e bem atento E mesmo que palavras nada digam ao menos libertam sentimento Cada dia que enfrento, e garanto que é frustrante Ver ideias e projectos duma forma fumegante E cada vez mais distante, das curtas horas que durmo Eu já não sonho, só penso "o que é que amanhã fumo?" (refrão) Sonhos dispersos como fumo Quando saem de dentro quentes como o ódio Despreso ou esquecimento, que dentro de nós se acumula Só como fumo se liberta, pelas promessas de futuro esquecidas em parte incerta Sonhos, futuros promissores Crianças educadas a pensar que vão ser doutores Professores ou jogadores da bola Único jogo é mesmo este, é que acabas a queimar sonhos e nem sequer te apercebeste