Não repare na minha atitude E muito menos na minha diferença Estou gozando de perfeita saúde Mas no meu peito há uma terrível doença E nesta vida nada mais não me ilude Eu já estou perdendo a minha crença A realidade eliminou minha virtude O seu desprezo foi a mais cruel ofensa Se cada vez que seu nome eu murmurasse A sua imagem se fizesse presença Talvez assim a minha dor amenizasse Eu não teria esta tristeza imensa Então eu deixo que a solidão me abrace E o destino já me deu esta sentença Melhor seria se a morte chegasse E ordenasse da vida minha dispensa Sua ironia apagou minha esperança Me magoar, ser infiel, é o que ela pensa Mas o castigo virá como vingança Para provar que o orgulho não compensa Quando o remorso lhe ferir como uma lança Quero que a vida pra ela seja extensa Eu viverei conforme o mundo balança Enquanto a vida for me dando licença