O que faz essa prisão não são as grades O que faz essa prisão não são os guardas O que faz daqui um inferno é a tua ausência E ouvir a tua voz nas madrugadas Vinte dias, vinte anos não são nada Vinte horas sem dormir, alma penada Vinte noites que perdi nessa cilada Vinte abraços que esqueci no fim da estrada Eu fumo pouco e bebo muito Transo sozinho depois do jantar Eu gasto o dia como a um sapato Eu ando à toa sem nunca chegar Rodando os muros Perdido sempre no mesmo lugar Rodando os muros Eu ando à toa sem nunca chegar Tudo o que eu quero é fugir O meu desejo é sair Agora eu vou é viver Viver bem longe daqui