No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade... No rancho fundo, de olhar triste e profundo Um moreno canta as mágoas Tendo os olhos rasos d´água... Pobre moreno, que de tarde no sereno Espera a lua no terreiro Tendo o cigarro por companheiro Sem um aceno, ele pega na viola E a lua por esmola Vem pro quintal desse moreno! No Rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite nem de dia! Os arvoredos, já não contam mais segredos E a ultima palmeira, já morreu na cordilheira! Os passarinhos, internaram-se nos ninhos De tão triste esta tristeza! Enche de trevas a natureza! Tudo porque, só por causa do moreno Que era grande hoje é pequeno Pra uma casa de sapé.